sábado, 9 de julho de 2011

Abordagem homeopática para tratamento de infecções- parte III

A beleza de uma planta pode esconder seus efeitos letais. No entanto, a homeopatia enxerga ainda mais beleza nessa letalidade.

Olá leitores! Neste post daremos continuidade à investigação dos princípios de ação bioquímica e farmacológica de medicamentos homeopáticos destinados ao tratamento de infecções. Como já mencionado, a abordagem homeopática difere dos antibióticos ou antivirais alopáticos tradicionais principalmente quanto às indicações do fármaco. Em vez de se focar em desestabilizar o agente infeccioso, a homeopatia prega um tratamento basal da infecção por meio dos sintomas e do quadro geral de apresentação da patologia no paciente, o que pode parecer logicamente paradoxal, mas que se insere no contexto homeopático. Um medicamento popular para tratar infecções com homeopatia é o Aconitum.

Ele é conhecido como a “Vitamina C” homeopática, tendo em vista que é habitualmente indicado quando os primeiros sinais de uma infecção se tornam evidentes. Pode ser administrado quando há infecções respiratórias, como a gripe, dor de garganta, otite ou infecção urinária. Segundo os homeopatas, a indicação é ainda mais necessária quando os sintomas se iniciam subitamente e são intensos, o que geralmente se manifesta por febre alta, cansaço ou sede excessiva. Mais uma vez, leva-se em conta todo um perfil inclusive psicológico do paciente, já que o Aconitum é prioritariamente indicado quando tais infecções são causadas por um choque emocional recente no paciente, que pode ter efeitos deletérios no sistema imunológico, facilitando a ocorrência da infecção. Mais uma vez, seguiremos o método de analisar os efeitos esperados de uma overdose a que um organismo seria exposto ao princípio ativo, para que assim possamos avaliar o uso da substância no quadro geral da tese homeopática.

O Aconitum, princípio ativo também extraído de extratos herbáceos de plantas tradicionalmente utilizadas na medicina chinesa, possui o alcalóide aconitina, que é conhecida popularmente como a “ Rainha dos Venenos”. Trata-se de uma potente neurotoxina que abre canais de sódio na membrana plasmática de células do coração e outros tecidos, e é inclusive empregada para se criar modelos de arritmia cardíaca. Assim como outros alcalóides, a aconitina é prontamente absorvida pelas mucosas, e também pela pele. A morte provocada quando há exposição a determinadas doses da toxina geralmente advém da paralisia respiratória e desequilíbrio cardíaco. Poucos minutos após a exposição, inicia-se um quadro de parestesia em extremidades, que pode se propagar pelo corpo provocando paralisia e anestesia por onde passa. Em função destes quadros fisiopatológicos do sistema nervoso que a aconitina provoca, a pessoa pode ser acometida por dor forte ou diarréia. Não há antídoto conhecido, logo o tratamento a essa toxina é gerlamente focado no alivio dos sintomas, para que se possa chegar a uma relativa estabilidade fisiológica do paciente em que seja possível que as vias metabólicas promovam a desintoxicação do corpo.

Como a toxina age mediante a abertura excessiva e extranumerária dos canais de sódio, sobretudo da musculatura do coração, gera-se um quadro de sintomatologia que pode de fato se assemelhar ao que se observaria no início da ação sintomatológica de diversas infecções, dentre as quais aquelas citadas anteriormente. Logo, os homeopatas utilizam aconitina em microdiluições para teoricamente acostumar o corpo do paciente com tal quadro patológico, aumentando e fortalecendo a resistência basal imunológica à efetivação do quadro pernicioso da doença.

Posted by Vitor Paiva

Referencias:^ Wang SY, Wang GK (February 2003). "Voltage-gated sodium channels as primary targets of diverse lipid-soluble neurotoxins". Cellular Signalling 15 (2): 151–9.doi:10.1016/S0898-6568(02)00085-2. PMID 12464386.

Um comentário:

  1. Olá. Achei muito interessante o blog. Continuem com o bom trabalho. Gostaria de fazer uma pergunta. Meu filho de 1 ano e 8 meses apresentou 3 dias de febre, sendo que no segundo e terceiro dia apresentou febre alta de 39,5. Indo no terceiro dia `a noite ao pediatra homeopata ele diagnosticou como infecção na garganta (faringite + amigdalite)diante das placas de pus (o que sugere que é bacteriana) mas não prescreveu antibiótico (como imaginei que passaria devido ao risco de febre reumática). Passou dois remedios de homeopatia, um deles ele disse ser uma vacina. A vacina introduzida durante a infecção pode provocar a eliminação da bactéria no organismo afastando a possibilidade da febre reumatica?

    ResponderExcluir