terça-feira, 21 de junho de 2011

Diluições além Avogadro

Olá!

Venho agora explicar a vocês que acompanham o blog sobre o número ou constante de Avogadro (o famoso 6x1023) e sua relação com as diluições homeopáticas.

Primeiramente, vamos a um pouco da história envolvendo esta constante física.

O número de Avogadro tem esse nome em homenagem ao físico italiano Amadeo Avogadro (1786 – 1856). Ele enunciou sua lei, que ficou conhecida por Lei de Avogadro: “volumes iguais, de gases diferentes e à mesma temperatura e pressão, possuem o mesmo número de moléculas”.

Mesmo sabendo da veracidade desta lei, não se sabia ao certo qual a quantidade de moléculas existentes em determinada massa gasosa. Esse número de moléculas passou a se chamar número de Avogadro (NA ou N0). Mas, qual o seu valor?

No início do século XX, o professor da Universidade de Paris (França), Jean Baptiste Perrin, realizou experimentos que o levaram a concluir que esse número estaria entre 6,5x1023 e 7,2x1023 moléculas em cada mol da substância. Com essa conclusão, Perrin ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1926.

O atual valor para essa constante pode ser obtido através da relação, na eletrólise:

F = NA . e

Em que F é o Faraday, NA é o número de Avogadro e e é a carga elétrica do elétron. Como F e e podem ser obtidos independentemente um do outro, pode-se obter NA. Assim:

F = 96485,3399 C

e = 1,60199x10-19 C

NA = F / e = 96485,3399 / 1,60199x10-19 = 6,022x1023

Conclui-se, também, além do próprio valor de NA, que está é uma constante adimensional, haja vista o cancelamento que ocorre nos cálculos, pois tanto o Faraday quanto a carga do elétron são medidas em Coulombs.

O NA, de forma geral, indica o número de partículas (átomos, moléculas, prótons, íons...) contidos em 1 mol.

Agora que já fomos devidamente apresentados a este número, vejamos sua relação com diluições homeopáticas.

Suponhamos uma solução de concentração 1 mol/L. A cada diluição decimal (mais detalhes nos posts ‘Dinamizações e Diluições’ e ‘Fundamentos da Homeopatia’) sua concentração cai em um décimo. Ou seja, após a primeira diluição decimal, a concentração é de 1x10-1 mol/L, após a segunda, 1x10-2 mol/L e assim sucessivamente. Esse mecanismo também pode se aplicar às diluições centesimais. 1C: 1x10-2 mol/L, 2C: 1x10-4 mol/L, etc. Não se questiona a existência de soluto até as potências 23X e 11C.

(Clique na imagem para uma melhor resolução)

Porém, a partir da diluição seguinte, existe a probabilidade de que não haja mais soluto em solução, pois a concentração seria menor que a ordem de grandeza do inverso do NA. Ou seja, após esta diluição é possível que se retire uma parte da solução contendo apenas solvente.

Partamos para uma aplicação prática disso. Hormônios têm uma baixíssima concentração no sangue (chega a ser da ordem de picomol por litro – 10-12 mol/L), porém suficiente para ser identificada em um exame de sangue, qualquer que seja a amostra do sangue retirada. No caso de um remédio homeopático diluído além de 10-24, é possível que não seja identificada uma única molécula de fármaco em uma amostra extraída dela, mesmo que na solução original ele esteja presente.


Referências:

http://www.mundoeducacao.com.br/fisica/o-numero-avogadro.htm

http://efisica.if.usp.br/moderna/materia/avogadro/

http://www.ceticos.com.br/homeopatia.php


Posted by Leonardo

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