Sabemos que já foi citado nesse blog um pouco sobre dinamizações e diluições, porém, por ser uma das bases da homeopatia, é um tema que merece uma maior atenção.
Neste post, pretendemos exibir um pouco mais detalhadamente, as várias formas de dinamizações que são utilizadas no preparo dos remédios homeopáticos.
Como já dito anteriormente, dinamização (do grego dynamo – força) trata-se basicamente de diluição seguida de sucussão (como diria James Randi, chacoalhar).
Atenhamo-nos primeiramente à sucussão. Ela consiste em agitar o preparo para que o solvente “memorize” as propriedades terapêuticas do soluto. Este é um processo cujo método de realização não é unânime entre os homeopatas. Alguns são bem metódicos e dizem que ela só é eficaz caso se agite manualmente o recipiente de preparo dez vezes, em cada uma das três direções (para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita, para frente e para trás). Outros afirmam que basta agitar, seja manualmente, seja por meio de um braço mecânico ou, até mesmo, batendo o recipiente contra uma superfície rígida, como uma mesa.
Existem muitas formas que se pode diluir uma substância, cada uma delas podendo ser identificada no frasco do remédio, através da indicação das potências. Algumas das escalas (decimal, centesimal e cinquenta-milesimal) já foram explicadas no post Fundamentos da Homeopatia, enquanto outras formas ainda estão pendentes. Vislumbremo-las, pois.
Primeiro, é importante saber que quase sempre os medicamentos homeopáticos são dinamizados, ou seja, são diluídos e, posteriormente, agitados. Os solventes mais usados para essa diluição são a água, o álcool e a glicerina. Quando a substancia a ser diluída não for solúvel nesses solventes, é necessário triturá-la.
Antes de começar a falar das diluições em si, é preciso falar da “tintura-mãe”. É ela, na verdade, que será diluída para a obtenção do remédio, ao final. Tintura-mãe é a solução que comporta a substância ativa. É obtida, no caso de substâncias solúveis, através do contato e consequente solvatação de uma solução (geralmente hidroalcoólica) com o substrato, por exemplo uma folha, uma rocha ou um órgão animal específico. Para substâncias insolúveis, é necessária a trituração misturada com lactose para, então, colocá-las em contato com o solvente.
Essa lactose é dividida em três porções, que serão trituradas aos poucos e no, fim, ao juntar-se as três porções, teremos a primeira trituração centesimal da substancia. Esse processo deve ser feito mais duas vezes, para que então se possa colocar a substancia em contato com o solvente. Agora sim, com a obtenção da tintura-mãe, podem-se começar as diluições e agitações. Porém, vale lembrar que tanto as diluições quanto as triturações são feitas na proporção de 1% inicialmente.
A diluição centesimal, já citada, é aquela em que existe 1 porção de substancia para 99 porções de solvente, na proporção 1:100, sendo a mais comum e a preconizada por Hahnemann. Os medicamentos assim preparados e agitados são conhecidos por CH, já que usam a escala centesimal e o método hahnemanniano (H).
Existe também a escala decimal, em que 1 parte de substancia é adicionada a 9 partes de solvente, na proporção 1:10.
Para se obterem potencias superiores, como por exemplo maiores que 1000CH, o russo Korsakov propôs um método (método korsakoviano) que consistia em diluir a substancia, sucussioná-la e então deixar que o conteúdo do frasco escorresse, pois assim restaria nesse frasco 1% da dinamização anterior, realizando esses passos sucessivamente, até alcançar a potencia desejada.
Outro método para o preparo de altas potências é chamado de Fluxo Continuo. Um equipamento mecânico realiza a dinamização da substancia de até 30 CH dentro de uma câmara de vidro, na qual há um fluxo continuo de água; desta maneira, a diluição e a agitação acontecem ao mesmo tempo. Conhecendo-se a velocidade do fluxo de água e a velocida
de com que a agitação acontece, é possível calcular o tempo necessário para se alcançar a potencia que se quer.
Ao fim de sua vida, Hahnemann propôs um novo tipo de diluição, conhecido como cinqüenta-milesimal (LM) na qual a proporção é de, no mínimo, 1:50.000. Nesse método, as substancias são trituradas por 3 horas (3ª trituração) e então se coloca, em um mesmo frasco, 0,06g dessa trituração, 400 gotas de água e 100 gotas de álcool.
Pega-se uma gota dessa solução e adiciona-se 100 gotas de álcool. Aí então são necessárias 100 sucussões, sendo essa a chamada LM1. Essa LM1 impregna então pequenos glóbulos, que depois são, cada um, dissolvido em 1 gota de água e misturados com 100 gotas de álcool, realizando novamente as 100 sucussões, obtendo a LM2. Para obter novas potências LM basta continuar esse processo. Hahnemann acreditava que esse processo levaria o paciente a uma cura mais rápida, suave e duradoura.
Para finalizar, é importante ressaltar que uma dinamização CH é diferente de uma dinamização pelo método korsakoviano, que por sua vez é diferente de uma dinamização LM. Ou seja, por mais que sejam utilizados mesmos valores numéricos, os medicamentos produzidos são diferentes, por se originarem de métodos diferentes. Por isto, é importante citarmos sempre um medicamento com seu nome completo, isto é, o nome da substância, sua potência e o método de obtenção.
Esperamos que, dessa forma, os diferentes nomes dos remédios homeopáticos tenham sido esclarecidos, assim como seus diferentes meios de preparo.
Aguardem! Logo postaremos sobre o número de Avogrado e suas relações com a homeopatia.
Referencia bibliográfica:
http://sites.mpc.com.br/bvshomeopatia/saladeleitura/texto6preparomedicamentoshomeopaticos.htm
Posted by Leonardo e Natasha
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