Olá!
Estou começando agora uma série de posts nos quais eu mostrarei alguns dos principais argumentos contrários à homeopatia. É muito importante frisar que as opiniões aqui não necessariamente condizem com as dos autores do blog, tanto nestes argumentos contrários, como nos argumentos a favor da homeopatia; este blog não visa a um posicionamento próprio, apenas quer tornar esse assunto um pouco mais esclarecido e acessível às pessoas, mostrando os dois lados da discussão.
Gostaria de começar fazendo algumas das principais perguntas que costumam deixar os homeopatas sem resposta cientificamente fundamentada (avisem-me, nos comentários, caso esta situação mude, este é um espaço aberto a discussões).
- A transmissão da "essência" das moléculas do substrato para o solvente (como explicado no documentário da BBC, postado pela Natasha - http://homeopatiaunb.blogspot.com/2011/05/homeopatia-teste.html), só acontece com as propriedades terapêuticas da substância. O que acontece com os efeitos colaterais que poderiam também ser potencializados pelas dinamizações, cujo mecanismo de ação, teoricamente, é inespecífico?
- Por que esta transmissão não ocorre também com outras substâncias com as quais a solução tem contato durante a sua preparação? Por mais cuidado que se tenha na sua preparação, as soluções serão sempre contaminadas, em menor ou maior grau, por um enorme número de substâncias presentes no ambiente. Como o efeito destas substâncias se “perde”?
- Considerando que ainda haja princípio ativo no remédio tomado, como é a resposta do organismo? Quais vias metabólicas ele afeta e de que maneira? Através de quais receptores ele entra na célula e qual o caminho tomado por eles lá dentro?
- E caso não haja mais moléculas do princípio na solução, como o solvente é metabolizado? Como se diferencia a água "normal" da água "com essências"? Se o álcool for o solvente, haverá a simples degradação dele no retículo endoplasmático do hepatócito ou ele segue uma via metabólica diferente? Qual?
- A teoria homeopática diz que a “energia” do princípio ativo é transmitida para a solução durante o processo de diluição. Mas e quanto às pílulas, que consistem principalmente de lactose ou glicose? Mesmo que acreditemos na transmissão de energia para uma solução, como essa energia é transferida para o açúcar, já que apenas ocorre um "banho" dessas pílulas pela solução medicamentosa em seu preparo?
- Um remédio homeopático comercializado mundialmente conhecido como Oscillococcinum (geralmente usado na potência de 200C e consumido em pílulas de glucose), utilizado para alívio de sintomas de resfriados e gripes. Ele é preparado a partir de extratos de fígado e coração de pato. Como essa diluição é extremamente alta, um único pato pode fornecer matéria para a produção comercializada anualmente no mundo do Oscillococcinum. Este único pato pode gerar um faturamento de cerca de US$20.000.00,00! Como a maioria dos remédios homeopáticos, o custo de produção é baixíssimo e pode ser vendido a um preço razoável, gerando um bom lucro. Por que, então, a poderosa (e ávida por lucros) indústria farmacêutica não passa a incentivar a produção deste gênero de medicamentos? Se os medicamentos homeopáticos têm um custo de produção tão baixo e, segundo relatos de homeopatas, curam relativamente rápido e sem efeitos colaterais, por que não se costuma verem propagandas deste método? Por que este "segredo" é guardado e não tem suas pesquisas incentivadas?
- No caso de alguma intoxicação por alguma substância, ela mesma seria ministrada em doses homeopáticas para o alívio sintomático? Por exemplo: alguém que se intoxica por comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia spp), que pode causar sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarreia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia, seria tratado como? Através de substâncias que causem esses sintomas. Que tal, então, receitar ainda mais extratos dessa planta ou simplesmente seus princípios ativos (oxalato de cálcio e saponinas)? É lógico aumentar ainda mais a quantidade de uma substância tóxica no organismo para tratá-lo?
Essas foram apenas algumas das perguntas possíveis de serem feitas, além de algumas já questionadas em postagens anteriores. Elas mostram a falta de lógica e de explicações por trás dessa terapia.
Continue acompanhando o blog para ficar a par dessas discussões e deixe sua opinião (ou resposta a algumas dessas perguntas) nos comentários!
Referências:
http://pt.scribd.com/doc/51193188/247/O-ponto-de-vista-bioquimico#outer_page_464
http://www.fiocruz.br/sinitox/comigo-ninguem-pode.htm
Posted by Leonardo
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