quarta-feira, 29 de junho de 2011

Agravações homeopáticas

Olá!

A administração de remédios homeopáticos pode resultar na melhora imediata dos sintomas da doença ou passar por uma agravação destes, porém ambas as evoluções geralmente são seguidas da cura da doença. Ater-me-ei, neste post, às agravações, falando primeiro de alguns conceitos e, logo após, de casos clínicos com agravações. Infelizmente, devido à falta de literatura rica sobre o tema, alguns homeopatas desacreditam nele, constituindo-se num tema polêmico até mesmo dentre os que creem na homeopatia.

“Aumento de sintomas importantes do estado de doença, que segue à administração do medicamento específico ao doente, agravação esta tanto mais aparente quanto maior a similitude global do medicamento escolhido.” Hahnemann – Ensaios sobre um novo princípio (1798).

“Intensificação transitória dos sintomas que sobrevém depois da administração a um doente de medicamento escolhido segundo o princípio da semelhança.” Kent (1849-1916).

As agravações (ou agravamentos) primárias ocorrem devido às ações farmacodinâmicas. Elas resultam da soma de duas doenças: a natural, da qual o paciente foi se tratar, e uma outra, artificial, resultante das próprias ações dos medicamentos. Quanto maior o agrave, maior a similitude dos efeitos do medicamento com a doença. Eventualmente, pode acontecer quando o simillimum, mesmo estando correto, é administrado de forma incorreta, ou seja, com diluição baixa e de forma repetida. O seu aparecimento levou Hahnemann a reduzir gradativamente as doses até níveis baixíssimos de concentração, para tentar evitá-las e conseguir uma melhora com menos efeitos ruins ao paciente.

“Não há como prever uma agravação homeopática. Ela não depende do médico; nem do medicamento, e sim da postura do organismo (sintonia, sensibilidade) frente a um estímulo correto na qualidade, porém excessivo na intensidade. Pode ocorrer com qualquer dinamização, desde C3, C6... após uma única dose... dentro dos primeiros dias... ou horas.”

É muito mais comum a ocorrência dos agravamentos em casos crônicos que em agudos, haja vista que, quando ocorrem, costumam aparecer poucos dias após a administração do remédio, porém costumam levar a uma grande melhora após algum tempo. Para os homeopatas que defendem a existência dos agravamentos, seu aparecimento costuma ser um alívio, pois indica que houve acerto na escolha do remédio.

A agravação não deve ser vista como algo prejudicial, pois ela pode ser entendida como um “sinal” que indica o começo da eficácia do tratamento homeopático.

A administração de alopáticos para o alívio dos sintomas de um agravamento pode ser de boa ajuda também, pois já houve a resposta do corpo à doença natural e ao simillimum, fato que pode melhorar a recuperação do paciente, pois a atenuação de sintomas é melhor ao bem-estar da pessoa. A utilização da alopatia para uma complementação à homeopatia, nestes e em outros casos, é vista com bons olhos por alguns (mas nem todos!) homeopatas, porque o verdadeiro e final objetivo de um bom médico é o bem-estar e a cura do seu paciente, não importando se há a utilização de alopatia, homeopatia ou ambos.

Vou apresentar agora três casos clínicos nos quais ocorreram agravações. (Casos acompanhados pela Profª Anna Kossak Romanach)

O primeiro (homem, 19 anos) se trata de um caso de herpes zoster que evoluía há cinco dias, com lesões circundando o hemitórax direito, causando ardor e dor intensa, que impossibilitavam os movimentos no membro superior direito. Havia suor pegajoso e agravava-se à noite. O paciente era deprimido e calado. (É bom lembrar que os aspectos psicológicos também são relevantes na escolha do medicamento homeopático). Foi utilizado primeiramente Mercurius solubilis.





Aspecto inicial, antes do tratamento com Mercurius solubilis.






3º dia após Mercurius solubilis. Agravo: lesões bolhosas deixando transparecer conteúdo sanguíneo purulento. Em contraste com o aspecto horrendo das lesões, o paciente estava assintomático, sentindo-se ótimo. Adotado Ranunculus bulbosus.




No 7º dia, as lesões melhoraram. Foi mantido o Ranunculus bulbosus e solução anti-séptica.





Por telefone, ao 15º dia, o paciente declara-se curado. Foi convocado para um exame. Estava em processo de cicatrização. Solicitado o uso de pomada de Calendula.




No 33º dia, a pele encontrava-se próxima à normalidade.






Este outro (mulher, 26 anos) se trata de uma piodermite crônica na região do antebraço, evoluindo há três anos. A paciente era cooperativa, de aparência alegre, mas confessava ser irresoluta, triste e chorosa, além de ser sensível à música e com tendências à obesidade.

(Clique na imagem para uma melhor resolução)


E o terceiro (mulher, 24 anos) se trata de um caso de acne e dermatofitose, que ocorria “há muitos anos”. Apresentava hipersudorese, prurido cutâneo noturno, astenia e memória fraca. Era extremamente sensível ao frio, fato evidenciado pelas vestes de lã em pleno verão. Pessoa insegura e melancólica.

(Clique na imagem para uma melhor resolução)


Fontes:

http://homeopatia-chl.blogspot.com/2008/06/agravamento-homeoptico.html

Agravações Homeopáticas - Profª Anna Kossak Romanach

Dr. Celso Fernandes Batello - Homeopatia x Alopatia: Uma abordagem sobre o assunto


Posted by Leonardo

2 comentários:

  1. Gostaria de saber se a homeopatia seria boa para doenças cronicas como a hepatite.

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    1. Qualquer doença, aguda ou crônica é passível de ser tratada pela homeopatia. Lembrando sempre que a homeopatia trata o Doente, não só a doença.

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